2 de fevereiro de 2016

Mad Max: Estrada da Fúria

Adrenalina Pura

Mad Max: Fury Road, Dir: George Miller, Austrália/EUA, 2015, 2h00min
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Mad Max: Estrada da Fúria é o filme-pipoca da premiação do Oscar 2016. É o segundo filme com mais indicações, com 10, perdendo somente para as 12 de O Regresso. A maioria dessas são prêmios técnicos, como fotografia, efeitos visuais e categorias de som, mas também está indicado a melhor filme e direção.

O filme é uma retomada da cultuada série anteriormente estrelada por Mel Gibson. Não fica claro se este filme funciona é um reboot incompleto que desprezou as duas continuações do filme ou se é uma continuação dessas. Aqui temos o mesmo cenário pós-apocalíptico visto nos filmes 2 e 3, mas o evento principal do primeiro filme, o assassinato da esposa e do filho do protagonista, seguem presentes. 

De início é interessante notar que o filme abriu mão de usar o recurso dos créditos iniciais contando o que ocorreu antes ou de um narrador explicando. Há uma edição interessante com relatos jornalísticos dos fatos que levaram à crise que gerou o mundo apresentado na tela e o protagonista contando sua angústia e seu objetivo: a sobrevivência. 

Nos filmes anteriores, baseado no espírito da época de anos 70 e 80, o grande produto de valor no mundo era o petróleo. Neste o petróleo ainda se faz presente e importante, mas, numa atualização com ares ecológicos, o vilão principal tem o controle da água. A propósito, sua figura é bem interessante, pois ele é um líder onipresente, sendo tanto comandante militar, dono dos recursos materiais e líder espiritual, com ele mesmo assumindo o papel de divindade.

O filme inteiro envolve basicamente uma longa perseguição automobilística. Max é capturado pela gangue do vilão na primeira cena e depois é envolvido em uma busca por uma das capitãs do vilão Imortan Joe, a traidora Imperatriz Furiosa.

O roteiro do filme é bem básico, com poucas falas, mas bem colocadas. E há um interessante contraponto em crenças entre Max e a Imperatriz Furiosa. Enquanto ele é o cético que busca somente sobreviver, ela é guiada por uma forte esperança e busca redenção. E há também um dos capangas de Imortan Joe que se junta ao grupo totalmente crente em seu chefe, e muda ao longo do tempo.

A parte técnica do filme é espetacular, sendo merecedora de todos os prêmios a que concorre. A fotografia saturada com predomínio de laranja combina bastante com o cenário desértico. Os efeitos visuais combinam perfeitamente efeitos práticos com computação gráfica, gerando as perseguições de carro que são provavelmente as mais bem realizadas e mais espetaculares da história da sétima arte, sem parecerem exageros irreais como é típico na série Velozes e Furiosos. O som é um espetáculo à parte, com destaque para a mixagem de som que combina a trilha sonora com a ação dos músicos do carro de som que se junta à perseguição. Os oscars de edição de som e de mixagem de som serão uma barbada.

Como esperado, as atuações são mais físicas do que dramáticas. Não acho Tom Hardy um ator de grande qualidade, e ainda não assisti a O Regresso pra saber se sua indicação a coadjuvante é merecida, mas ele cumpre o papel sem atrapalhar o filme. Charlize Theron, com sua personagem que divide o protagonismo com Max, se destaca no elenco, e poderia ter recebido indicação ao prêmio.

Mad Max: Estrada da Fúria é um espetáculo sonoro e visual, com um roteiro que pode ser interessante até para quem não é fã de filmes de ação (como este pitaqueiro). Mas é um filme de muita ação e poucas palavras, portanto, não é para todos os públicos. As indicações nas categorias técnicas são merecidas e certamente ganhará alguns prêmios, sendo possivelmente o filme que saia com o maior número de estatuetas da cerimônia. Dificilmente leva os dois prêmios top, filme e direção, mas também não será uma surpresa tão grande se levá-los.
  
Nota: 7

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